É assim que deves encarar o teu percurso académico para seres um profissional de sucesso, de acordo com Sérgio Pinto, empresário na área do Turismo e rececionista de um hotel. Sobretudo, perde tempo a analisar as tuas opções e não escolhas uma área de formação só porque sim.
Nome: Sérgio Ricardo Monteiro Pinto
Empresa e Atividade: Empresário na Agência de Viagens VerticalTur; Rececionista nos Hotéis Bom Jesus em Braga
Formação: Licenciatura em Turismo e Mestrando em Turismo no ISMAI – Instituto Universitário da Maia
Que atividade(s) profissional(is) desempenha atualmente?
Sou rececionista nos Hotéis Bom Jesus desde 2015 e também desempenho outras funções de que o hotel necessite.
Para além disso, acompanho grupos de turismo desde 2010, e abri uma empresa em nome individual em 2015, a VerticalTur – Agência de Viagens e Turismo.
Quando terminou a sua formação superior, imaginava ser o profissional que é hoje? Porquê?
Confesso que não. Nunca fui um adepto do estudo, e ainda hoje me custa estudar certos temas da minha área. Sempre fui uma pessoa que prefere estar o mais atento possível na aula e tirar as dúvidas que tenho.
Apesar disso, sabia que tinha hipóteses de ingressar no mundo do turismo, porque tinha alguma experiência e algumas bases que consegui adquirir com a licenciatura. Ao mesmo tempo, esforcei-me imenso e dediquei-me bastante para hoje ser um técnico de turismo.
De acordo com a sua experiência, o que é que é mais importante aproveitar/reter numa licenciatura, tendo em conta o profissional que se quer ser no futuro?
São os contactos e as experiências que obtemos. Acho essencial aproveitar tudo aquilo que nos oferecem, seja um convite para uma conferência ou um jantar entre amigos, sendo que até esses amigos têm contactos na nossa área, por exemplo.
Hoje em dia não existe muita ligação com os professores, mas eles estão lá essencialmente para nos ajudar e orientar no percurso escolar e universitário. Por isso aproveitem tudo – uma palavra amiga, um simples café no bar – porque só estão a criar laços que vos podem ajudar no futuro.
Se queres ser um bom profissional no futuro, dedica-te e diverte-te!
E o que é que é mais importante na transição da universidade para o mercado de trabalho?
Vai depender de cada um. Na minha opinião tudo é importante, principalmente se for o nosso primeiro trabalho.
Quando terminamos o curso começam as preocupações e as dúvidas se teremos sucesso ou não, se teremos trabalho ou não. Na minha opinião, aquilo que devemos ter em conta é a preparação. Em alguns cursos, conseguimos através do estágio desenvolver essa preparação e essas competências, mas quando não temos essa oportunidade o melhor que podemos oferecer ao empregador é o nosso percurso académico.
“Se tiverem vontade de conhecer o mundo, se gostarem de história e de património, se gostarem de eventos ou até de trabalhar num hotel, então escolham o Turismo.”
Que papel atribui à sua formação superior para hoje ser um bom profissional? De que forma é que o preparou?
Quando decidi estudar no ISMAI sabia que ia para um instituto com história na sua formação, em áreas como a comunicação, o desporto, o turismo e a psicologia. Por lá passaram várias personalidades que hoje em dia conhecemos e cujo trabalho é reconhecido. Sabia por isso que seria uma formação de qualidade e prometedora para a minha progressão de carreira, e tanto eu como os meus colegas tivemos sorte – mais de 80% da turma trabalha na área.
A formação multimatéria que obtive preparou-me em línguas, em história, em geografia, em património, em eventos, em logística e em Direito, mas também no estudo do ser humano, através da sociologia e da antropologia. Assim, qualquer pessoa com interesse pela área tem a vida facilitada para se tornar num bom profissional.
E o que é que não se aprende no curso que o trabalho e a vida acabam por ensinar? O que vão os jovens encontrar no mundo profissional?
A vida ensina-nos muita coisa, boa e má. É algo que não se aprende na universidade, simplesmente acontece. No turismo, concretamente, isto pode acontecer a qualquer momento, seja num hotel, num grupo que nos faz uma pergunta fora do normal, ou numa agência de viagens.
Quando iniciei o meu curso académico já levava alguma bagagem, e por pouco que fosse, ajudou-me imenso a desenvolver competências mais facilmente, nomeadamente em matérias relacionadas com história e agências de viagens. Já quando entrei para hotelaria levava apenas teoria e preparação – o resto aprende-se com o tempo.
Que conselhos pode dar aos jovens que estejam indecisos na escolha desta área de formação?
Um dos melhores conselhos que posso dar é: Não escolham esta área só porque sim. Se tiverem vontade de conhecer o mundo, se gostarem de história e de património, se gostarem de eventos ou até de trabalhar num hotel, então aí sim, aconselho-vos a escolher a área do Turismo, onde terão oportunidade de concretizar o que pretendem, desde que se empenhem e dediquem muito.
[Foto: cedida pelo entrevistado]
Esta entrevista é parte integrante do Guia de Acesso ao Ensino Superior 2017/18 da Mais Educativa, disponível para consulta aqui.